06/07/2017

Quando um encontro está predestinado...


Outro dia... um dia muito especial, como costumam ser as segundas-feiras de plantão... Eu estava com a equipe que visita os coletivos... Iniciamos os trabalhos e eu mantive o olhar atento para aquele tanto de gente junta, esperando, necessitando respirar e fugir um pouco dali.
Nesse dia ainda havia um cuidado extra, com o fotógrafo que registrava nossas intervenções, para que ninguém se sentisse invadido ou ofendido nessa delicadeza de situação.
E tudo foi gostoso como uma risada, leve, colorido... Com afeto e gargalhada...
Eu seguia encontrando olhares brilhantes e dando luz a eles, de modo que o brilho escorresse para a boca e reluzisse nos dentes...
Foi aí que encontrei um pequeno... da altura dos meus joelhos. Ele veio em minha direção... busquei sua altura e nos olhamos nos olhos. Um tempo para respirarmos juntos e percebermos quem somos e para que estamos.
Então, percebi algo em sua testa... Um enorme galo, grande mesmo, saltado e reluzente, quase cantando!
Lembrei do galo que carrego da infância, marcado até hoje na testa, e lembrei também da minha amiga galinha, pequena e novinha, que carrego no bolso.
Fez-se necessária uma apresentação. Expliquei ao pequeno de galo grande que tinha alguém muito especial para apresentar a ele. Neste momento, outro pequeno, tão pequeno quanto, veio para junto de nós.
Apresentei a jovem pequena galinha... Os olhos de ambos brilharam mais forte, eles se aproximaram e o grupo, notando o clima, fez a trilha sonora para uma paixão a primeira vista...
Expliquei que a galinha que eu carregava queria conhecer o galo que ele carregava. Ele apertou minha galinha e ela começou a falar... Ele sorria e ela falava... Falava com ele, com o galo dele e com o outro pequeno...
Ao redor, os curiosos riam daquele namoro/encontro inusitado.
Como se despedir?
Expliquei que ela era muito tímida e antiquada, que não poderia ficar junto com o galo no primeiro encontro... Hoje, eles se conheceram... quem sabe amanhã sairiam para jantar... Outro dia, ficariam juntos... E por aí seguiria a história.
Todos respeitaram a galinha.
A despedida então teve cantoria/serenata e os olhares se mantiveram fixos até aparecer uma esquina... dobramos, já sentindo uma gostosa saudade.

Relato do Dr. Jubi - Egon Seidler, num dia em que estava acompanhado pela Dra. Goiaba, Dra. Gretta Panschetta, Dra. Esmerlada, Dra. Cutalina e Dr. Guimba. Já a foto, é do Diogo G. Andrade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário