Eu e a Dra. Pituca estávamos estreando o nosso retorno as visitas a UTI...
Adentramos a sala de espera e ali nos conectamos
com as pessoas, instaurando um clima de descontração e leveza, “anotando seus
pedidos” (como se fossemos garçonetes).
Como é uma zona delicada de acesso, devido à
gravidade dos quadros clínicos, tivemos que ficar atentas para perceber se
éramos bem vindas e se havia vazão para brincar... delicadamente brincamos e
todos na sala de espera riram muito por causa de um antigo caso que
surgiu em meu cabelo...
E, entre risos, de repente chegou uma enfermeira e deu uma noticia a uma mãe que estava em conexão comigo... Nessa hora, fiquei
sem saída e... decidi continuar ali, pois seria rude sair. Vi o riso dela se modificar em choro... e ela continuava
me olhando...
Então, continuei a brincadeira e quis anotar o seu pedido. Ela: “Eu quero um coração!”.
Então, continuei a brincadeira e quis anotar o seu pedido. Ela: “Eu quero um coração!”.
Naquele momento, meu estado de latência de jogo se
misturou ao nó na garganta; olhei para a Pituca que me olhou com olhar de: “E
agora?!”. Eu disse: “Podexá!”
Fiquei de costas no canto da sala e enchi um balão de coração. Pedi a Pituca para tocar uma trilha sonora e, assim,
fui vagarosamente até a mãe, olho em conexão, alma em conexão e entreguei o
coração pra ela que, enxugando suas lágrimas, me disse com a voz trêmula de
choro: “Muito obrigada! Você me deu esperança”.
Relato da Dra. Curalina – Drica Santos, num dia em
que estava acompanhada pela Dra. Pituca da Rosa – Ana Paula Grigoli. Já a foto,
é do Diogo G. Andrade.
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