25/03/2014

Traço no Líbano

Agência de Notícias Brasil-Árabe


Levando risos aos refugiados

O grupo catarinense de palhaços Traço Cia de Teatro vai participar do Festiclown Palestina, em outubro. Evento vai levar espetáculos de circo a refugiados palestinos e sírios no Líbano.


São Paulo – O grupo de palhaços Traço Cia de Teatro, de Santa Catarina, vai participar da segunda edição do Festiclown Palestina, em outubro. O evento vai levar espetáculos de circo de várias partes do mundo a palestinos e sírios que vivem em campos de refugiados no Líbano. A companhia catarinense é a única brasileira a participar do festival.
Michele Monteiro
Matos: inserção do palhaço no resgate de sonhos
O Festiclown Palestina teve sua primeira edição em 2011 e é organizado pelo espanhol Iván Prado, diretor do grupo Pallasos em Rebeldia, que leva o mundo circense a lugares com conflitos militares ou injustiças sociais. Débora de Matos, atriz da Traço Cia de Teatro, conta que seu grupo é um dos parceiros da companhia espanhola e por isso foi convidado para o festival árabe.

“Começamos com o desejo de inserir o palhaço no processo de resgate de sonhos, da humanidade. Estamos preparando este tipo de trabalho para pessoas que estão desprovidas do direito ao riso”, explica Matos.

O grupo brasileiro conta com quatro atores, mas por enquanto apenas a ida de dois deles ao Líbano está confirmada. Eles se apresentarão nos campos de Nahr Al-Bared, Baddawi, Bourj Al Barajneh, Shatila e Ain Al-Hilweh. Para a viagem, a companhia conseguiu recursos junto ao Ministério da Cultura brasileiro. O evento, que primeiramente ocorreria em janeiro, agora está programado para acontecer de 02 a 12 de outubro.

Segundo Matos, o grupo sabe pouco sobre como é a vida dos palestinos e sírios para os quais vão se apresentar. “Vamos ver a realidade deles lá. São pessoas que foram deslocadas e isso faz perder o referencial de família, faz perder os desejos. Para nós, [o festival] é a reconstrução de um sonho, como reconstruir a coragem de lutar, a confiança em si mesmo, de brigar pelos sonhos, acreditar neles”, afirma.

A atriz conta que os números escolhidos para a apresentação são aqueles sem fala, por causa da diferença de idiomas. “Tivemos que transformar numa linguagem mais física, mais corpórea”, diz. Uma das cenas mostra uma palhaça que compõem uma música, mas acaba sendo atrapalhada por um ajudante que quer aparecer mais que ela na hora de apresentar a canção.

A Traço Cia de Teatro fica baseada na cidade de Florianópolis. O grupo também realiza trabalhos em hospitais com o apoio de outros artistas colaboradores. Quem tiver interesse em saber mais sobre o trabalho da companhia pode acessar o site http://tracoteatro.blogspot.com.br.

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