18/05/2011

Matéria sobre os (A)Gentes do Riso

SEM DODÓI

Hospital também é lugar de dar boas gargalhadas
Grupo teatral é contratado para fazer visitas a crianças internadas em instituição de saúde da Capital

Foto: Daniel Conzi

O silêncio do quarto de Caroline Weber é quebrado por alguns instantes. Quando os palhaços entram, a menina se esquece que está há um mês nohospital e abre o sorriso com a leveza dos seus 10 anos.

As brincadeiras, músicas e piadas lembram Carol de como ela vai brincar com os irmãos, Miguel e Daniel, depois de sair do hospital. Principalmente com Daniel, de três anos.

–A gente sempre ficou junto, desde que ele nasceu – diz.

A vida no campo em Anitápolis, na Grande Florianópolis, teve que dar uma pausa por causa da leucemia. Além de matar a saudade do irmão menor, a menina sonha em mexer no computador que ganhou recentemente da família.

Enquanto não recebe alta do hospital, ela fica na expectativa pela próxima visita dos Agentes do Riso, agendada para amanhã.

– E eles vão encontrar a minha menina bem melhor, né? – aposta a avó, Leoni Hass da Cruz.

Os 10 atores do grupo Agentes do Riso, da Traço Cia de Teatro, vão se revezar nas apresentações, que começaram ontem, no Hospital Joana de Gusmão. Inicialmente, o grupo contratado deve passar pelos leitos duas vezes por semana. Greice Miotelo, a Dra. Gretta, destaca que a intenção é fazer a criança retomar o universo lúdico que geralmente perde ao ser internada. Para o grupo, o desafio será manter o bom humor e não se deixar abater pelos problemas de saúde que atingem pessoas com tão pouco tempo de vida.

– A gente quer modificar o estado deles e não modificar o da gente. E, se a gente desanimar, não pode demonstrar de jeito nenhum – explica a “doutora”, enquanto brinca com as bolhas de sabão feitas por Dr. Pampilho, Alex de Souza.

Foto: Daniel Conzi

A julgar pela recepção das crianças no hospital, o projeto já deu certo. As gargalhadas iluminaram o rostinho de Karla Schütz de Moraes. As visitas da menina ao hospital são frequentes devido a uma doença que fragiliza as formações ósseas e a fez quebrar 11 ossos nos seus três anos. Desta vez, ela se recupera de uma fratura do fêmur. Karla normalmente se distrai com as bonecas e perguntando o nome de quem passa aos pés de sua maca. Mas, mal os palhaços saíram do quarto, a pergunta da vez foi:

– Cadê o palhaço?

O hospital Joana de Gusmão tem cerca de 120 internados, segundo a recreadora Rosângela Maria Goulart. Ela destaca que os trabalhos de mágicos, palhaços e músicos do hospital ajudam na recuperação.

O projeto Agentes do Riso conta com patrocínio da prefeitura, Lei Municipal de Incentivo à Cultura e Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes. Informações: osagentesdoriso.blogspot.com.


GABRIELLE BITTELBRUN
Diário Catarinense 17/05/2011

Um comentário:

  1. Olha só!!! Fiquei super emocionada com a matéria que li no jornal sobre vocês. Eu tenho um desejo muito grande de fazer essa "boa ação" assim como vocês. Acho que pessoas como vocês são anjos. Algum dia espero poder fazer um pouquinho desse trabalho que vocês fazem... Muito obrigada por vocês existirem e muito obrigada por levar a alegria a tantas crianças...

    ResponderExcluir